Session Handle:
http://hdl.handle.net/2196/00-0000-0000-0008-721C-5
Title:
Kaimare tahi
Description:
Personagens principaisLua: irmão, não incestuoso, em conflito com irmãs (por causa de amante); Anta: bom amante, perseguido, capado"; Irmãs: de lua, lascivas, privadas de seu amante" Carrapato: mau amante, rejeitados, pequenosResumo da história:Nesta sessão, o cacique narra a história "do" lua, Kaimare, e suas consequências para as restrições femininas em relação às flautas.A lua morava com suas irmãs e mães (tias). Kokotero vinha todos os dias manter relações sexuais com as mulheres de sua casa. Certo dia, Kaimare esperou Kokotero. Quando o encontrou, capou-o e matou-o. As irmãs de Kaimare ficaram com muita raiva de Kaimare e desciam sempre para o porto em forma de Iyanalore (não se sabe quem é). O Kokotero, neste plano, toma forma de anta para encontrá-las na beira do rio. Kaimare, mais uma vez, mata Kokotero e pendura seu pênis em cima da pedra onde suas irmãs costumavam encontrá-lo. As meninas, ao chegarem, sentaram e esperaram. Batem na água e apenas os piolhos da água que saem. Reclamam que não sentem nada com eles, e eles justificam dizendo que são muito pequanos. Somente perceberam o que aconteceu quando uma gota de sangue do pênis de Kokotero pingou na coxa de uma delas. Após isso, subiram e pensaram em como se vingar de seu irmão lua, que sempre matava o marido delas. Tramaram, assim, roubar-lhe as flautas. Como plano, fizeram chicha para embebedá-lo. Antes disso, as mulheres transformaram seus pelos pubianos em porco-queixada ao baterem com uma vara. Fizerem fileiras de urubamba e taquara, de ziri e de buriti. Daí, passaram as fezes de Kazatyo e Olore nas flautas. No entanto, Kaimare as percebe e as persegue. Quando alcança uma delas, elas começam a fazer chicha para ele. E daí decidiram fazer como a lua, gritaram e fizeram barulho de flauta. Ele estava no rio Aiyaotokoza e Kaiholowiniya. Nesse ínterim, Zolozolore roeu o seu pênis, por isso que a lua deixou de ser reta. Nisso, Watyahazatse (Pomba-Lua) avisa a Kaimare que suas irmãs estão fugindo. As suas irmãs haviam fugido para os rios Aliyaotyokoza e Iririwina.Enquanto dormiam, Kaimare aparece com borduna e facão, espinho de urubamba e de abacaxi. Ele as alcança e mata uma delas. As outras não sentiam o efeito das agressões, pois já haviam se transformado. As irmãs reagiram afirmando que se pintariam e devorariam seu irmão. Antes de ir embora, Kaimare desce na água, na cabeceiras do rio Kamaiwinaza. Lá, ele cortou uma perna de batata , passou folha de caju e pulou um peixe, chamado matolo, que mulher não pode comer, às custas de ter muito sangue mestrual. Diz-se que Matokozalo (que parece ser outro nome para o peixe lambari de rabo vermelho) pinatava seu próprio pênis e dizia "Quero carne! Quero carne!". Koima caça pare ele. O texto dá a entender que Matokozalo parece para Koima durante a sua pescaria em forma de seriema.A partir desse ponto, o cacique inicia a explicação sobre o porquê das restrições femininas em relação às flautas sagradas. Algumas partes são de difícil interpretação.Conta-se que Koima e Zawewe são levados para verem Kalaitewe. A Iyamaka, ou flauta sagrada, não come peixe, comem apenas Olomare. Kamaizoanaharetse e Ahiyazere sao comidas de Olore e Kazotyo (não se sabe quem são). Koima e Zawewe fazem o caminho até a Kalaitewe indo e voltando até a metade várias vezes (sem causa aparente). Ao chegarem, Kalaitewe afirma não ter mais irmãs, pois Malikitsihiro a matou no tempo em que mangava amadurece. A irmã de Koima estava fazendo chicha. Zolohe foi encontrá-lo, mas Koima foi esfaqueado ao entrar em casa (não fica claro por quem). A irmã afirma que aquilo não é para matá-lo, mas para retirar o mal de dentro dele.O cacique avisa que sempre se tem de comer comida nova. Começaram a ensinar alguém (não fica claro quem) sobre flautas do tipo wahazare, alama, zeratyalo e wazalo (do tipo que foram roubadas pelas irmãs de Kaimare). Elas não podem ser vistas pelas mulheres, pois Iyamaka ficaria com o feitiço de Walihitse. Essa proibição foi feita pela pessoa que mora na água (one katyahokoiyere). Se Maihitiyarero não tivesse mexido na chicha quando estava mestruada não precisaria fazer muita no tempo de festa.
Date created:
2009-09-06